Solta a Grândola que há em ti
25 de Abril sempre
Era uma vez um país onde as pessoas não tinham liberdade e onde reinava a proibição. A resposta para quase tudo o que o povo queria era, invariavelmente, um "não»" Os habitantes não podiam escolher qual o partido que queriam que os governasse porque não havia eleições livres; não podiam criticar o sistema em que viviam porque corriam o risco de ir parar à prisão. "Escolher" era um verbo que não estava ao dispor da população.
Se fossem do sexo masculino, os jovens eram obrigados a ir para a tropa e a partir para a guerra num continente distante, onde muitos acabavam por morrer ou ficar feridos. Nas escolas, os rapazes e as raparigas estudavam em turmas separadas e a diferença de géneros era notória.
Às mulheres estava reservado um papel secundário na sociedade. Se quisessem sair do País, por exemplo, tinham de ter uma autorização escrita do marido. Para votar, ao contrário dos homens, não lhes bastava ter 18 anos - tinham de ter o ensino secundário completo (algo raro, porque na altura só era obrigatório estudar até ao quarto ano).
Se já existisse, a internet seria proibida
Tudo o que as pessoas liam, viam ou ouviam era controlado pela censura. A população só tinha acesso aos conteúdos que o Governo queria, para impedir que surgissem ideias de mudança. Reforma, pensões por doença ou invalidez, subsídios de férias e Natal - conceitos que são hoje comuns no nosso dia a dia - faziam parte de um sonho bom. Tal como um rendimento mínimo para as pessoas que não tivessem trabalho ou um sistema de saúde acessível a todos os cidadãos.
Isto e muito mais que isto contribuiu para uma sociedade mais justa, solidária e plural. Só por isso valeu a pena.
25 DE ABRIL SEMPRE!!!
Luis Silva