A descompressão esmorece… A realidade que aí vem vai ser austera!
Os dados da pandemia e em especial os que a Seia respeitam travaram a ideia e a expectativa que o "mal" tinha os dias contados e que podíamos regressar ao que era antes.
Da ilusão à realidade passou-se rapidamente.
Quem não quer ver, nem reflectir nos factos continua despreocupado, constituindo um potencial risco para os outros membros da sociedade. Muita ignorância, mas também leviandade, provocam as consequências. Não se podem elogiar de forma geral actuações que não são verdadeiras.
O surto que anda pelas terras de Seia levou ao encerramento de escolas.
São aguardadas orientações, das entidades responsáveis, que se desconhecem ou inexistem, sobretudo tardam, agravando-se a situação de desconforto dos alunos, das famílias e da sociedade. Há, na realidade, um mau estar, uma interrogação algo preocupante que, em surdina, invade o ambiente local, em contraste com alguma indiferença e até irresponsabilidade na potencial transmissão da doença.
A pandemia veio e ficou...mas pior será se não houver orientações realistas.
Ela trouxe realidades novas e, sobretudo, mudanças na vida e no comportamento das pessoas, que lhe resistem, mas...
Não vai tudo ficar bem, nem tudo regressará como era antes.
A pandemia trouxe e vai trazer mais consequências que é preciso prever e enfrentar, coisas o que não se descortina que esteja a ser trabalhado, nem se vê estejam, sequer, a ser estudadas.
Apenas a mãe natureza beneficiou com a pandemia.
O meio ambiente agradeceu a mudança que o Homem, na sua ânsia de crescer, mudar e alcançar coisas diferentes, o mal que lhe tem provocado. O Ser Humano sabe que caminha de forma errada, mas não se convenceu que tinha já de mudar. Mudou e vai mudar mais, mas por força da reacção da natureza, que se quer regenerar, e agora mesmo sem a vontade ou a iniciativa de mudança por parte de quem a vem destruindo. Ainda não estará bem interiorizada esta realidade, mas com o tempo isso acabará por acontecer, queiramos ou não.
A pandemia, periodicamente, vem abanar as consciências! Prepara-se pois esta comunidade para as mudanças que lhe desagradam e que começaram com o custo dos combustíveis - a atmosfera está demasiado cheia de gases, a agricultura que está a ter implicações nos ciclos produtivos, na qualidade dos produtos e na sua falta, como acontece com os cereais, sem lembrar o granizo, a geada, as trombas de água, as inundações, os terramotos, ou os vulcões.
Os oceanos que aquecem e as espécies que vão mutando ora diminuindo como sucede ao bacalhau e ao consequente custo que já sofreu, bem como outros peixes.
A nossa vida vai sofrer alterações.
Preparamo-nos para a inflação, a subida dos juros, dos produtos, para o encarecimento dos transportes, para a ausência e subida de produtos agrícolas como legumes e algumas frutas e para outros produtos, incluindo alguns que se destinam ao tratamento da doença e de quem cuida dela com todo o esforço.
E no tratamento da saúde esperam-nos casos e situações mais difíceis e novas doenças. Os recursos são cada vez mais difíceis de encontrar, a começar por falta de trabalhadores para tarefas que à economia são fundamentais, como acontece na assistência à terceira ou quarta idade, à construção civil, à floresta, aos trabalhos agrícolas, à resposta dos serviços do Estado com competência e eficiência.
Não há gente e alguma não se disponibiliza, como outrora, a trabalhar.
E por cá já se nota tudo isto. Como será o futuro? Não é risonho...