“A SECA” DAS SECAS

24-05-2023

Desde o Inverno Demográfico (cuja Primavera tanto almejamos nas próximas décadas), às restrições à venda do tabaco, às albufeiras que não têm água para o Verão, à Eutanásia que o Presidente da República está, constitucionalmente impelido a promulgar, às desconfianças que rodeiam o dossier TAP, até à problemática da vida que a Pandemia e inflação nos trouxe, tudo são temas com que, diariamente, nos confrontamos e acrescentam o rol das preocupações da sociedade portuguesa. Precisam-se de decisões e resoluções que não há.

Os temas são diariamente tratados, discutidos, uns defendidos, outros condenados, conforme os interesses, muitas vezes descurando os interesses nacionais.

É a vida pública de uma nação, demasiado apegada à retórica, quando não ao enviesamento da verdade, que vamos recebendo.

Estamos saturados desta repetidas questões e muito ansiosos por algumas mudanças urgentes. Sobretudo queremos sentir os efeitos da mudança que falta.

Sim, o país, a sociedade e cada um dos Portugueses está a precisar de outras expectativas e de ter outras actuações esperançosas de mudanças. 

Os Portugueses vivem com menos dinheiro, mais despesas, mais impostos e menos conforto na habitação, entre outras.

A demografia será um dos aspectos mais preocupantes de Portugal, que poderá pôr em causa a sua sobrevivência como nação cultural, multicentenária.

Não se encontram decisões de fundo quanto a este assunto.

A seca, que segundo os entendidos, é consequência de falta de aproveitamento dos recursos hídricos (apenas 1 % da água da chuva é aproveitada) em Portugal. Faltam, ainda, reservatórios e albufeiras (uma delas a de Girabolhos, que teima em manter-se esquecida) e um estudo programa de rede no país.

Nada se ouve dizer sobre este assunto, a não ser declarações dos políticos, desgarradas ao sabor das circunstâncias e para nos dizerem, por vezes, coisas com falta de rigor. Calam-se quando não há certezas, mas também se prometam coisas vãs, ilusões ou situações não trabalhadas.

Outro assunto que invadiu a opinião pública diz respeito às restrições do tabaco. Tudo parece indicar que é um assunto que está mal preparado e pouco estudado nas suas consequências. Enfim, lá terão de vir as correcções sobre novas decisões.

Percebeu-se que houve pressa na Eutanásia! É de grande interesse nacional o que estava em causa?

Nas discussões destes e doutros temas, o cidadão acaba por ficar saturado, e se inquietado, porque os verdadeiros problemas do país continuam adiados, outros esquecidos quando outros, sem justificação, são tratados "apressadamente".

Não há resposta, nem são tratados os problemas quotidianos que afectam o cidadão!

Um deles, e que preocupa toda a sociedade senense, diz respeito ao risco que os Serviços de Finanças de Seia correm, de ficar muito mais reduzidos no atendimento, apenas com um funcionário (em breve), e com possibilidade séria de não haver, sequer, atendimento público. Este é um problema que urge resolver e tratar. Terá algum sentido um cidadão ter de pagar as suas taxas e impostos fora dos serviços? Ao nível dos assuntos públicos, outros se sucedem como é a dos meios aéreos de combate aos incêndios, a requalificação da Estrada Nacional n.º 17, o IC6, o comboio na Linha da Beira Alta (ambos parados). Acrescem a crise que há no ensino, a luta dos professores, os cuidados de saúde que é preciso melhorar nesta nossa região muito, mas muito desprezada.

Os recursos são só para obras nas grandes cidades?

Basta de nos adormecerem. Há que agitar o marasmo…

Alcides Soares Henriques

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