Cabaz de IVA zero: pescada fresca dispara quase 50% numa semana

25-05-2023

Cabaz de IVA zero regista primeira subida desde que entrou em vigor: pescada fresca dispara quase 50% numa semana. 

Face à semana anterior, os 10 produtos IVA zero que mais aumentaram foram: pescada fresca (45%), alface frisada e brócolos (6%), arroz carolino (5%), azeite virgem extra, costeletas de porco, couve-flor e bacalhau graúdo (todos em 4%) e, por último, a maçã Golden e atum posta em azeite(3%).


O cabaz de produtos com IVA zero analisado pela DECO-Proteste registou a primeira subida desde que a medida entrou em vigor, a 18 de abril: na última semana ficou mais caro 2,85 euros (2,23%). Assim, desde o arranque, o cabaz alimentar em causa já 'encolheu' de preço em 8,11 euros, para 130,66 euros (-5,84%).

Este cabaz de 41 produtos, aos quais se aplica a medida IVA zero do Governo, é avaliado para monitorizar as variações de preços destes bens.

Face à semana anterior, os 10 produtos IVA zero que mais aumentaram foram: pescada fresca (45%), alface frisada e brócolos (6%), arroz carolino (5%), azeite virgem extra, costeletas de porco, couve-flor e bacalhau graúdo (todos em 4%) e, por último, a maçã Golden e atum posta em azeite(3%).

Desde que a medida do IVA zero entrou em vigor (18 de abril), e comparando os preços na véspera de a medida ser aplicada, verifica-se que os seguintes produtos tiveram as maiores variações de preço: brócolos (12%), pão de forma sem côdea e massa espirais (5%), maçã Golden(3%) e atum posta em óleo vegetal (25). Em 'terreno negativo' estão arroz agulha (-1%) e manteiga com sal, atum posta em azeite e maçã Gala (todos em -2%).

Quando a análise se debruça por categorias é possível perceber, com maior exatidão, a dimensão dos 'descontos' promovidos pela entrada em vigor da medida: ao todo, o valor do cabaz desceu 8,1 euros desde a véspera da entrada em vigor do IVA zero.

O peixe foi a categoria que mais beneficiou, com uma queda de 7,17%, seguido pelos congelados (6,92%). Frutas e legumes (6,51%), laticínios (5,71%) e carne (5,37%) também registaram descidas expressivas. Por último, a mercearia, que caiu 'apenas' 3,88%.

Cabaz alimentar 'normal' também sobe de preço

Segundo a mais recente análise da DECO-Proteste, o cabaz alimentar considerado custava esta semana 220,09 euros, uma subida de 39 cêntimos face à anterior, ou seja, um aumento de 0,18%. Ainda assim, quando comparado ao mesmo cabaz comprado antes da guerra na Ucrânia (a 23 de fevereiro de 2022), o preço aumentou 36,46 euros (19,86%).

Desde o início do ano, com o abrandamento da taxa de inflação, o cabaz subiu 68 cêntimos (mais 0,31%), sendo que comparando o valor desta semana com o mesmo cabaz comprado há um ano, o aumento é de 15,18 euros, ou seja, mais 7,41%.

A associação de defesa do consumidor (que disponibiliza um comparador de preços de supermercado online) tem monitorizado todas as semanas os preços de um cabaz de 63 produtos alimentares essenciais que inclui bens como peru, frango, pescada, carapau, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, fiambre, leite, queijo e manteiga.

Na última semana, os dez produtos com maiores subidas de preço foram a pescada fresca (45%), o feijão cozido (10%), a alface frisada e brócolos (6%), o café torrado moído, cereais trigo, arroz e aveia integrais (5%) e, a fechar os aumentos, o azeite virgem, a costeleta de porco e a couve-flor (4%).

Já os dez produtos que mais viram o seu preço aumentar desde o início da guerra na Ucrânia, ou seja, desde 24 de fevereiro de 2022, foram o arroz carolino (89%), a polpa de tomate (72%), a cebola (70%), a cenoura (61%), azeite virgem (57%), o açúcar branco (52%), couve-coração (50%), a batata vermelha e o salmão (46%) e o carapau (42%).

A maior subida de preços, desde início da guerra na Ucrânia até agora, registou-se nas categorias de mercearia (26,95%, mais 11,35 euros) e peixe (22,97%, aumento de 13,86 euros).

A carne subiu 20,01% (6,45 euros), seguido pelos laticínios (15,8%). Acrescentam a fruta e legumes (8,76%) e, por último, a congelados (6,61%).

A associação explicou que este aumento se deve ao facto de Portugal estar "altamente dependente dos mercados externos para garantir o abastecimento dos cereais necessários ao consumo interno", que "representam atualmente apenas 3,5% da produção agrícola nacional: sobretudo milho (56%), trigo (19%) e arroz (16%).

"E se no início da década de 90 a autossuficiência em cereais rondava os 50%, atualmente, o valor não ultrapassa os 19,4%, uma das percentagens mais baixas do mundo e que obriga o País a importar cerca de 80% dos cereais que consome", acrescenta a Deco.

O organismo esclarece que "a invasão da Rússia à Ucrânia, de onde provém grande parte dos cereais consumidos na União Europeia, e em Portugal, veio, por isso, pressionar ainda mais um sector há meses a braços com as consequências de uma pandemia e de uma seca com forte impacto na produção e na criação de stocks".

"A limitação da oferta de matérias-primas e o aumento dos custos de produção, nomeadamente da energia, necessária à produção agroalimentar, podem, por isso, estar a refletir-se num incremento dos preços nos mercados internacionais e, consequentemente, nos preços ao consumidor", sublinha.

Por Francisco Laranjeira 14:00, 25 Mai 2023

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