SOBRE CULTURA

Durante muitos anos, Mário Branquinho foi o rosto visível de uma linha / orientação cultural que o Município imprimiu nas realizações das suas diversas actividades culturais.
As inúmeras manifestações / organizações que a Câmara levou a efeito não terão, todavia, sido das mais económicas, nem sempre de maior cariz popular ou incentivadoras das tradições ainda dominantes ou persistentes na nossa região.
Foi uma opção, por certo, não pouco dispendiosa que levou o erário Municipal a propender para contratações de fora do Município e que não tiveram, aparentemente, o retorno desejado.
Não atribuímos nenhuma responsabilidade à pessoa que agora deixou de servir o Município de Seia, no exercício de que ele também beneficiou profissionalmente, dado que a decisão última e final lhe não cabia, certamente.
Em nossa opinião, que é meramente no interesse do local e da preservação do que temos e, sobretudo, do que ainda gostamos de ver e ouvir, sugerimos que os muitos milhares de euros gastos nos festivais, nas festividades, nas feiras ou nos certames de cariz cultural, sejam repensados para beneficiarem, também, e sobretudo, as nossas tradições, as nossas associações, onde reside a genuína cultura e enquanto é tempo de o fazer para sua salvaguarda.
Não esqueço o risco de perdemos o que ainda temos de bom, bastando atentar no despovoamento ou na perda da população conhecedora das nossas melhores tradições e das manifestações culturais de que, principalmente, a cultura musical, nomeadamente a que diz respeito às Filarmónicas e outras associações e grupos, desde o folclore, ao teatro ou à música popular ou erudita, que precisam de ser muito amparadas e incentivadas.
A cultura, a alma de um povo, é indispensável à afirmação de uma comunidade, que precisa de ser acarinhada.
A actual distribuição de subsídios não é bastante, além de discutível para o bem das agremiações, quantas vezes como recompensa, fraca, daquilo que lhes é pedido e por elas dado.
As organizações que apresente plano de actividades e exigências devem ser mais ajudadas, mas igualmente responsabilizadas pela execução.
O programa "Filarmónica", em boa hora concedido, deu origem a gastos que suplantaram, talvez, as suas possibilidades económicas. Foram apresentados muitos e bons espectáculos, mas terão sido criados grandes encargos, o que não contribuiu para a saúde financeira das agremiações,cujo objectivo acabou por ter sentido inverso.
Há que repensar o plano cultural do Município e criar verdadeiros incentivos que sejam motivadores e dinamizadores culturais.
Basta de tanto encargo com iniciativas, que pouco dizem à população, ou são para outros que vão beneficiar mesmo não sendo residentes ou Senenses...