Dia mundial da terra

21-04-2022

     21 de abril de 2022

ZERO propõe 5 metas fundamentais para os Portugueses em 2030 e dá 5 conselhos

22 de abril - Dia da Terra

Nunca os "cinco P" foram tão importantes como agora: Pessoas - Planeta - Prosperidade - Paz - Parcerias

O Dia da Terra que se comemora amanhã, dia 22 de abril, deve servir de motivo para nos lembrarmos dos desafios que marcam o momento presente e que impactam no nosso planeta.

Desafio Clima

Vivemos uma crise climática. O 6.º relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas, divulgado no final de fevereiro, é muito claro - desde a última avaliação, houve um aumento substancial nos impactes das alterações climáticas na Europa que resultaram em perdas e danos nos ecossistemas, nos sistemas alimentares, infraestruturas, disponibilidade de energia e água, economia e saúde pública. O aquecimento na Europa continuará a aumentar mais rapidamente do que a média global, aumentando as disparidades em todo o continente. As projeções assinalam impactes substancialmente negativos para as regiões do Sul, de que são exemplo, o aumento das necessidades de arrefecimento, a escassez de água e a diminuição da produtividade agrícola.

Desafio Biodiversidade

A vida na Terra está doente. A biodiversidade, à custa das alterações do clima mas também da exploração de recursos e da destruição de muitas áreas naturais, das florestas aos oceanos, ameaça mais de um milhão de espécies de extinção. De acordo com a lista Vermelha Europeia, 40% dos peixes de água doce, 23% dos anfíbios, 20% dos répteis, 13% das aves e 17% dos mamíferos estão ameaçados. Para além disso, a expressiva perda de biodiversidade põe em causa o equilíbrio que assegura inúmeros serviços que a natureza nos garante, dos alimentos à água potável e ao solo.

Desafio Recursos

Temos ainda uma crise de recursos. Na sociedade consumista em que vivemos, esquecendo os limites do nosso planeta, esgotamos reservas e desperdiçamos demasiado, para além de dentro dos países e entre países as desigualdades serem gritantes. Esgotamos os recursos depressa demais, temos uma pegada ecológica muito acima daquilo que a natureza renova todos os anos e vivemos a crédito quase toda a última metade de cada ano. Esquecemos também uma palavra essencial - a suficiência - que não põe em causa os objetivos centrais que deveríamos ter de assegurar, como o bem-estar e a qualidade de vida de todos. Grande parte da população mundial está já enfraquecida pelos impactes das alterações climáticas, a pandemia da COVID-19 e as guerras em curso. Não queremos mais instabilidade e perda de vidas. Percebemos como os combustíveis fósseis, como o gás e o petróleo, exacerbam os conflitos, levando as pessoas mais vulneráveis a sofrer ainda mais.

5 metas relevantes para os portugueses em 2030

A ZERO propõe 5 metas abrangentes para 2030, à escala nacional ou de cada habitante em Portugal, que estão diretamente relacionadas com a sustentabilidade e o caminho para um país com menor impacte no sistema terrestre.

Indicador

Atual

Em 2030

Redução

1. Emissões de gases com efeito de estufa

5,7 toneladas CO2 equivalente/per capita/ano (sem componente de uso do solo e florestas)

3,0 toneladas CO2 equivalente/per capita/ano (sem componente de uso do solo e florestas)

48%

2. Produção de resíduos urbanos

511kg/per capita/ano

435kg/per capita/ano (menos 76kg/per capita/ano)

15%

3. Uso de água para consumo humano

Consumo total de água, per capita: 186 litros

Consumo total de água, per capita: 140 litros

25%

4. Consumo de carne, peixe e ovos

Balança alimentar indica que carne, peixe e ovos representam 16,9% do que consumimos, mas deveriam representar apenas 5% (roda dos alimentos)

Consumo de carne, peixe e ovos no âmbito da nossa balança alimentar não ultrapassa os 5%

2,4 vezes

5. Área artificializada

As áreas artificializadas em Portugal continental ocupam já cerca de 5% do território, ou seja, 465 mil hectares

Implementação de um mecanismo de compensação que obrigue ao restauro de uma área de igual dimensão sempre que se verifique a artificialização de uma nova área

Garantir que 1% do total do território de Portugal continental hoje artificializado é restaurado e devolvido à natureza, preservando a biodiversidade

5 medidas práticas para ajudar a alcançar as metas

Para apoiar a transição em cada uma destas cinco áreas, a ZERO propõe uma solução para cada, nomeadamente:

  • Evite ao máximo viajar de avião e use transportes públicos, ande a pé ou faça uso de modos suaves (como a bicicleta) para as suas deslocações diárias.
  • Prefira produtos a granel e leve as suas próprias embalagens, recipientes, sacos quando vai às compras.
  • Repare fugas de água, feche a torneira sempre que não esteja a usar diretamente a água (por exemplo, enquanto se ensaboa no banho) e procure reutilizar a água ao máximo (por exemplo, a água de lavar legumes).
  • Substitua refeições com proteína animal por refeições com leguminosas, indo buscar inspiração à dieta mediterrânica.
  • Prefira casas que já estão construídas, por exemplo, optando por reabilitar um espaço em detrimento de comprar uma casa nova ou construir uma casa de raiz.

As sociedades com uma aposta na redução do consumo, que assegurem a continuidade dos serviços dos ecossistemas, que promovam a eficiência no uso da energia e com um forte investimento em energia renovável acessível a todos não apenas conseguirão enfrentar a crise climática, como também garantirão a segurança energética, sendo o melhor seguro contra futuros aumentos dos preços da energia. Uma transição para um sistema de energia 100% renovável é também uma transição para sociedades mais pacíficas. Em 2015, nas Nações Unidas, aprovaram dezassete objetivos para o desenvolvimento sustentável e uma agenda para 2030. Foram traduzidos por cinco palavras todas começadas por "P", em Inglês, em Português e certamente noutras línguas - Pessoas, Planeta, Prosperidade, Parcerias e Paz. Sem Paz não há futuro e todas as crises se agravam. Mudemos de rumo porque é urgente salvar a Terra.

Dia da Terra pode e deve ser usado para celebrar a generosidade deste planeta que nos acolhe, mas também para relembrar a importância de agirmos pela sua preservação

Algumas áreas chave para agir prendem-se com a nossa mobilidade e uso da energia, produção de resíduos, uso da água, consumo de proteína animal e a artificialização do território.

© 2021 Letras do Alva, informação e comunicação, Registo ERC 127509,
Sede do editor/redacção - av. 1 de Maio, 6270-479 SEIA
Periodicidade: Diário
Todos os direitos reservados.
CONTACTO: letrasdoalva@gmail.com 
Desenvolvido por Webnode
Crie o seu site grátis! Este site foi criado com a Webnode. Crie o seu gratuitamente agora! Comece agora