Dúvidas! MUITAS DÚVIDAS PARA OS TEMPOS DE AMANHÃ..
A campanha
para as eleições tem passado à margem de muitos assuntos importantes que os
partidos deviam tratar e incluir nos seus programas de acção. Nenhum partido,
até agora, abordou estes problemas que nos preocupam e inquietam. Era
importante aos portugueses ficarem a saber algo mais sobre o nosso próximo
futuro colectivo...
O que se leu e ouviu, quase até à exaustão, foi sobre o Serviço Nacional de Saúde, a baixa de impostos, as leis laborais, a alteração da constituição, as coligações pós eleitorais e aqui e ali referência à economia e necessidade de a tornar mais produtiva. Claro que todos são temas importantes, que estão directamente ligados à vida de cada um e que tem repercussões no modo como a política influenciará a estratégia do país.
Há outros assuntos, tão ou mais importantes, que não trataram, como seria desejável.
Falou-se de economia, mas ninguém explicou como vai ser direccionada, quais os sectores prioritários, em que lugares do país haverá intervenção, desenvolvimento, etc. Vamos poder ter indústrias novas? Onde e quais? E sobre o comércio? Que ramos dominarão e em que regiões? Será a agricultura, tema prioritário com a floresta? Que projectos estão na mente dos que querem gerir o país e os propõem ao eleitorado?
Passando aos impostos, já sabemos das promessas, mas com que reformas e consequências?
Estes aspectos devem-se ouvir para, depois das eleições, quando ninguém mais se preocupa, o eleitor possa cobrar as promessas.
Do interior do país, tão necessitado de atenção e de mudanças, quase nada ficámos a saber.
As duas grandes regiões urbanas do país utilizam a grande fatia dos recursos e gastam as preocupações políticas. Como pode continuar a fazer-se sentir esta ausência de projectos de medidas concretas? E sobre natalidade? Um país a envelhecer aceleradamente, a ver reduzir-se a população jovem, com falta de pessoas em idade laboral, como vai este país viver, trabalhar, produzir e sobreviver daqui a uns anos?
Que estratégia nos deixam, os partidos, para os próximos três, cinco ou dez anos? Nada! Ou quase nada. Mera navegação à vista.
Então sem planos de futuro, o que poderá vir a acontecer ao país? Todos sabemos que esse futuro não pode ser risonho. Sem planos, sem ideias e iniciativas não se cresce.
Quais os recursos em que o país aposta? Que energias se vão produzir, onde e como? Sem energia ou com energias poluentes e caras vamos continuar a empobrecer...
Mas, e finalmente, o que farão também os partidos no contexto Europeu e Mundial? Que papel, na Europa, podemos assumir? E na Nato? Não se falou, até agora, no perigo que parece iminente de uma guerra na Europa. Portugal está preparado para enfrentar esta crise visível e real? E os Portugueses sabem disso? E sabem quais as consequências para se preparem para as enfrentar?
Nestas circunstâncias, como se pode votar conscientemente e com sentido de responsabilidade na escolha que se faz? Dúvidas que gostava de ver esclarecidas!