Conheça as recomendações feitas pelos peritos na reunião no Infarmed sobre a Covid-19 em Portugal.

05-01-2022

Conheça as recomendações feitas pelos peritos na reunião no Infarmed sobre a Covid-19 em Portugal.

Especialistas de saúde pública e políticos reuniram-se esta quarta-feira para avaliar a evolução da pandemia da Covid-19, numa altura em que Portugal regista um aumento significativo de infeções devido à maior capacidade de transmissão da variante Ómicron.

No final do encontro, os peritos recomendaram menos medidas restritivas ao Governo, com enfoque para a promoção da autoavaliação de risco, através do autoteste, e manutenção da limitação da lotação em alguns espaços, como restaurantes e espaços comerciais, transportes públicos, eventos ou reuniões familiares (máximo de 10 pessoas).

Na reunião na sede do Infarmed, em Lisboa, estiveram presentes o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, e o primeiro-ministro, António Costa, além da ministra da Saúde, Marta Temido, e dos especialistas.

12:15 | 05/01

Reunião termina com o balanço da vacinação

Penha Gonçalves, corrdenador do plano de vacinação, terminou a reunião apresentando os últimos números da vacinação em Portugal.
"Estamos com altas taxas d evacinação até aos 20 anos, e a partir daí para baixo estamos agora a vacinar crianças", explicou o responsável.
Sobre as doses de reforço, que começaram a ser dadas em outubro, Penha Gonçalves apontou que, nas faixas etárias acima dos 65 anos, observa-se que há já cobertura de mais de 80% da população com o reforço da Covid-19.
"O panorama geral é que temos 3 milhoes com dose de reforço, um milhão em coadministração com a vacina da gripe", apontou.12:06 | 05/01

Especialistas recomendam medidas, mas redução de restrições

A pneumologista Raquel Duarte deixou algumas linhas-mestras de medidas a serem adotadas pelo Governo para travar o avanço da pandemia, incluindo um "sétimo pilar" de combate: a autoavalização de risco.
Segundo a investigadora, deve-se tornar autotestes mais acessíveis e gratuitos a toda a população, assim como a possibilidade do autoteste ser validado para aceder a alguns espaços. "No caso de suspeita o diagnóstico tem que ser célere, no momento da suspeita, com teste rápido na consulta", defendeu.
Para além da necessidade de planos de contingência, Raquel Duarte alertou para a necessidade do Governo reforçar a comunicação sobre a autoavalização de risco e sobre o autoteste (como fazer, como reagir em caso de resultado positivo), para evitar constrangimentos no SNS.
A investigadora recomenda uma redução das medidas restritivas, tendo como 'linha vermelha' o 70% de taxa ocupação de internamentos e têndencia crescimento da pandemia. Estes fatores serão "o alerta".
"Precaução" é para Raquel Duarte palavra de ordem, que passou depois a enumerar a manutenção de algumas medidas gerais, e outras respeitantes a alguns setores.
Deve-se manter as medidas de prevenção nas escolas, restauração e hotalaria, lojas e espaços comerciais, assim como transportes públicos e evitar viajar para locais de alto risco.
Os especialistas recomendam o teletrabalho "sempre que possível", com promoção regular da testagem dos trabalhadores que tenham que estar no local de trabalho.
É recomendada a limitação da lotação em restaurantes (75%), transportes públicos (75%) e centros comerciais (75%), utilização apenas dos bancos traseiros em táxis e TVDEs, redução no número de pessoas em reuniões familiares para um máximo de 10 e redução do número de pessoas em eventos como casamentos e batizados.11:37 | 05/01

"Não há razão nenhuma para continuarmos a raciocinar em termos do número de casos"

O investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Henrique Barros, fez uma análise sobre o fim da pandemia da Covid-19
O especialista começou por explicar que já não há uma relação direta entre um elevado número elevado de casos e um número elevado de hospitalizações ou mortes. Herique Barros esclarece o vírus já não representa uma ameaça tão grave como já representou.
"Não há razão nenhuma para continuarmos a raciocinar em termos do número de casos e muito menos a medir a evolução da infeção e os riscos que ela nos coloca contando diariamente os casos como fazíamos até agora", salientou o especialista em Saúde Pública.
Henrique Barros realçou a importância da vacinação Covid uma vez que esta é mostra-se decisiva para a resposta à infecção. O especialista adianta o vírus vai continuar presente na sociedade, mas poderá ter um impacto muito reduzido no dia a dia .
"Acreditamos claramente que com a vacinação e uma estratégia de testes podemos viver de uma forma muito próxima da normalidade.", terminou Henrique Barros11:36 | 05/01Pedro Zagacho Gonçalves

Perceção do risco da Covid-19 foi alternando e resposta foi mais testes

Andreia Leite, da Escola Nacional de Saúde Pública, apresenta os resultados de uma investigação ao impacto das festas de Natal e Ano Novo nos novos casos de Covid.
Segundo a investigadora, a perceção do risco da Covid-19 foi alternando ao longo do ano e, na última quinzena de dezembro, atingiu valores muito altos, com destaque para o indicador da realização de testes.
"Havia 50% das pessoas que, na semana de 1 de dezembro, nunca tinham feito teste, este valor baixou para 30% na semana de 23 a 3 de janeiro", sublinhou.
A especialista destacou a importância de a esmagadora maioria dos portugueses ter adotado medidas nas festividades, sendo que a realização de teste antes da reuniões familiares foi a mais referida.10:57 | 05/01

Especialista admite novo máximo de 130 mil infeções de Covid-19 nas próximas semanas

Baltazar Nunes, do Instituto Ricardo Jorge, abordou os impactos causados pela variante Ómicron, que aumentou a incidência em todos os países.
Com base nas simulações espera-se um aumento dos casos para as próximas semanas, com "máximos históricos", podendo observar-se um novo máximo entre "42 mil a 130 mil novos casos em janeiro", admitiu o especialista. Caso este caso se verifique, o número de pessoas em isolamento pode variar entre os 4 e 12% da população.
O número de camas e hospitalizações pode variar entre as 1300 e 3700 nas próximas semanas. Os internamentos em UCI pode vir a situar-se entre os 180 e 450.
Apesar disto, espera-se um impacto muito reduzido na mortalidade.
Deve continuar-se a apostar no reforço da vacinação como meio de combate à variante Ómicron.10:46 | 05/01Ana Paula Rodrigues, investigadora do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, começou por relembrar os primeiros dados conhecidos sobre a variante Ómicron da Covid-19.
O risco de internamentos por casos da Ómicron é cinco vezes menor que pela variante Delta. Apesar destes dados, comprovou-se que a Ómicron se propaga mais rapidamente que a variante Delta.
O impacto da Ómicron é menos grave na saúde dos infetados, segundo estudos realizados nos Estados Unidos da América.
Foram registados menos de metade de internamentos por casos relacionados com a nova variante, que apresenta um risco de internamento de 0,4%. Isto deve-se, segundo a cientista, à menor gravidade da Ómicron e à imunização dada pela vacinação.10:29 | 05/01

"Se o pulmão é menos afetado, a severidade da doença será menor", diz João Paulo Gomes

João Paulo Gomes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, apresenta dados sobre a evolução da prevalência da variante Ómicron em Portugal.
O especialista revelou que 90% dos casos registados em Portugal são já causados pela variante Ómicron.
A disseminação da variante teve mais relevância na faixa etária dos 20 aos 29 anos.
João Paulo Gomes adianta ainda que a variante tem mais mutações que a variante Delta, e é isto que explica a maior transmissibilidade. Tem maior capacidade para se "espalhar". O especialista avança que os estudos revelam menos severidade desta variante, que tem uma menor capacidade para se multiplicar nos pulmões. Ou seja, tal ajuda a explicar a menor gravidade da Ómicron. "Se o pulmão é menos afetado, a severidade da doença será menor", acrescenta João Paulo Gomes.

10:07 | 05/01

Taxa de mortalidade com tendência decrescente

Pedro Pinto Leite, da Direção-geral da Saúde, começou por apresentar um resumo da situação epidemiológica em Portugal nos últimos meses.
O especialista referiu que há um aumento de incidência de Covid-19 nos grupos etários mais jovens.

Pedro Pinto Leite, salientou que nos "encontramos numa fase diferente da pandemia". O especialista realça que se estão a registar "valores históricos" de novos casos da Covid-19. A incidência a 14 dias é já de 2007 casos por 100 mil habitantes e o valor tem registado uma "tendência fortemente crescente".

Pinto Leite revelou ainda que a semana que passou foi aquela em que se realizaram em Portugal mais testes à Covid-19: um total de 1,7 milhões, na sua maioria testes rápidos. A percentagem de testes positivos é atualmente em torno dos 10%, taxa "superior ao valor de referência de 4%".

O especialista revelou que a taxa de mortalidade encontra-se nos 19 óbitos por milhão de habitantes nos últimos 14 dias, esta é uma taxa "abaixo do valor de referência", que tem "apresentado uma tendência estável e muito abaixo dos valores que já tivemos na pandemia". A mortalidade por Covid-19 em Portugal está "estável, diria decrescente", situando-se ainda num cenário de mortalidade "moderada".

fonte: CM (https://www.cmjornal.pt/sociedade/detalhe/politicos-reunem-se-com-especialistas-no-infarmed-com-o-pais-a-bater-maximos-de-infecoes-de-covid-19)


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