O nosso dinheiro é para ser muito bem aplicado

A legitimidade democrática do voto não confere nenhuma forma desmesurada de gasto
dos recursos que o cidadão paga e entrega aos seus eleitos.
Os recursos, bem escassos para tudo o que pensamos ser nosso direito, têm de ser muito bem aplicados e distribuídos pelas principais necessidades da colectividade.
Essa distribuição, de enorme responsabilidade, exige a maior ponderação na aplicação e uma preocupação quanto ao acompanhamento, verificação e exigência no rigor, dessa aplicação, pelos serviços públicos.
O poder democrático, em que em cada um foi investido, não é ilimitado, muito menos absoluto.
Mas não é bem isso a que se assiste, nalgumas circunstâncias da vida colectiva, com que se depara a nossa visão.
Há, pois, que alertar e depois até, se necessário, pedir responsabilidades, pois vamos ter que exigir, sempre que os escassos recursos, vindos dos cidadãos, pecarem por menos parcimónia, quantas vezes senão esbanjamento, na sua aplicação.
Há, aparentemente, muita superficialidade no uso do nosso dinheiro que não deve ser, nem pode ser, desperdiçado.
Este assunto, como é natural, tem de ser encarado de forma séria e sempre com elevada preocupação, porque as responsabilidades poderão ter de ser pedidas a quem as assume, ainda que estes responsáveis possam actuar sem uma verdadeira consciencialização.
Por vezes, chegam informações de milhares de euros que vão sendo gastos sem a parcimónia devida, talvez até para remediar outras decisões que, tomadas menos reflectidamente ou como se deviam, nos penalizam com custos e que, evitados, possibilitariam melhorar a vida da colectividade noutros aspectos e que assim se desaproveitam quando não se perdem.
Precisamos, pois, todos nós cidadãos e responsáveis, de ter muita cautela, ponderação, rigor e grande eficácia no uso dos recursos e dos impostos que se entregam. Os tempos actuais exigem tudo isto e muito mais.
Aos responsáveis, que assumiram a responsabilidade de administrar, no nosso interesse colectivo, os meios que lhe disponibilizam e melhorar a vida de todos, permita-nos lembrar-lhes que gerir o património colectivo não é o mesmo que gerir o património pessoal ou particular.
Cada um faz o que bem entender. Se o gastar mal ou menos bem é com cada um e as suas consequências disso idem. Mas já não é assim com a "res publica". Por isso, prudência e parcimónia para chegar ao máximo da sua utilização e em benefício das colectividades e da sociedade residente.