OS PASSADIÇOS DO MONDEGO!É MODA! ALÉM DE CARA, NÃO PRESERVA ASSIM TÃO BEM O AMBIENTE NATURAL
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Serão, certamente, úteis para visitar locais difíceis ou antes inacessíveis mas, este luxo, a que nem todos têm acesso, por naturais dificuldades, não justifica que um país endividado, com recursos escassos e com tanta carência em sectores vitais para a sociedade, opte por obras caras cuja manutenção, a médio prazo, constituirá um elevado encargo.
É bonito admirar, lá no fundo, o Mondego, do alto de uma escarpa.
É interessante serpentear, num dia ameno primaveril, o longo estrado, seja plano ou em escadaria de madeira.
Chamarão muitos estudiosos e muitos mais curiosos aqueles 12 quilómetros de madeira, cujos elogiosos são abundantes, quão superficiais.
Perguntamos, agora, quanto custou a compra da madeira necessária e a quem a forneceu e recebeu o respectivo preço?
Certamente um país estrangeiro. Mas a que custo ambiental?
Quantas árvores foram destruídas para fornecer aquela madeira necessária?
Qual o impacto ambiental que isso provocou, e vai provocar, no ambiente e no clima?
E o que diz a tudo isto o Parque Natural da Serra da Estrela? Que é uma obra fundamental ao Parque e a sua função.
De outro modo, não se compreenderia.
Como a ideia dos Passadiços "agarrou de estaca", como outrora acontecera com as rotundas, os campos de futebol, os cimentados, entre outras obras, vamos ter que nos conformar com estes "planos de desenvolvimento" integrados, criativos sem dúvida, mas de pouca rentabilidade, senão mesmo criadores, sobretudo, de encargos que as gerações futuras vão ter de tratar.
Mas também terão de pensar plantar muitas árvores, que cresçam rápido, para fornecerem tanta madeira que a substituição dos passadiços.
Um dia terá de acontecer
Alcides Soares Henriques