Sobre o possível encerramento da maternidade Sousa Martins na Guarda

13-01-2023

Enquanto Comissão Coordenadora do Bloco de Esquerda da Guarda defendemos o Serviço Nacional de Saúde e a continuação dos serviços de maternidade da Guarda, assim como a de Castelo Branco e Covilhã.

Ao longo dos últimos anos temos vindo a assistir aquilo a que é um divórcio entre serviços públicos e interior, a possibilidade de fechar estas maternidades apenas vem provar, uma vez mais, tal cenário. Segundo o Governo o fecho dos serviços de maternidade acontece pois existe uma enorme falta de profissionais para assegurar a sua existência. Enquanto Bloco de Esquerda acreditamos que a solução não passa pelo encerramento deste serviço, mas sim em investir numa política pública de saúde, criando-se condições para a capacidade de captar profissionais para o SNS, reforçando o mesmo.

Se a política existe para servir as pessoas então a mesma não pode contribuir para a constante degradação do SNS, assim como dos serviços prestados à população. Ao negarem-se estes serviços de proximidade aquela que é a pessoa grávida faz com que exista uma desumanização nos partos.

Não é a falta de população nestes territórios do interior do país, ou a falta de vontade a recorrer a estes serviços, mas sim a falta de vontade política em investir em profissionais que queiram trabalhar no SNS e viver no interior.

Ao colocar estes serviços cada vez mais longe da população fragiliza ainda mais o SNS, agravando os problemas já existentes há muito.

Bloco de Esquerda pede Audição de Urgência ao Ministro da Saúde

A negação da realidade por parte do Ministro ao repetir, perante cada problema, que são apenas situações pontuais, não ajuda o SNS nem a população. Já a opção que parece trazer na manga e que passa por encerrar e concentrar serviços, colocando-os mais longe dos utentes e tornando o SNS mais frágil também em nada resolverá problemas existentes. Pelo contrário, apenas os pode agravar.

Neste sentido, é preciso que se esclareça o que pretende o Governo. Em vez de negações da realidade e evasivas, em vez de tentar esconder opções políticas por trás de comissões técnicas, o Ministro tem de ir à Assembleia da República e dizer claramente quais são os encerramentos que quer fazer no SNS e que modelo de funcionamento de urgências quer impor. Tem ainda de esclarecer por que razão prefere encerrar serviços fundamentais às populações em vez de investir no SNS e em medidas de captação, fixação e valorização de profissionais de saúde.

Com este objetivo, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda requereu uma audição, com caráter de urgência, do Ministro da Saúde sobre encerramento de maternidades e sobre os graves problemas de funcionamento das urgências gerais.

A Comissão Coordenadora Distrital da Guarda do Bloco de Esquerda

13.01.2023

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